Professor Euclides Martins se aposenta e deixa registrada uma breve entrevista
Sexta-feira, 3 de junho de 2022
Última modificação: Sexta-feira, 3 de junho de 2022
“Não se desespere quando seus esforços forem vistos com insuficiência. O sol, quando nasce, dá um tremendo espetáculo para uma plateia que dorme”

O professor Euclides atuou no CEFET como docente no Departamento de Engenharia de Materiais por 44 anos, desde 1978. Nesta breve entrevista, ele conta algumas curiosidades e momentos marcantes de sua carreira. Acompanhe!
Como se sente ao receber esta homenagem?
“Feliz por ter reconhecimento por parte do pessoal do DEMAT, e acho que todos que trabalham aqui merecem isso. Em todo esse tempo trabalhando para o DEMAT, sempre tive preferência em dar aula para os técnicos pois eles aproveitavam mais o conteúdo. Era um conteúdo prático, então eu via os alunos praticando de forma mais ativa, e por isso eu gostava”.
Como foi para você estes anos de CEFET?
“Se eu fiquei tanto tempo é porque eu gosto daqui. Pelo companheirismo com a turma, apesar das dificuldades que existiam aqui. Um exemplo é que antigamente, para conseguir dar aula, às vezes eu adquiria material do próprio bolso pois a escola passava por dificuldades e demorava muito para os professores receberem os materiais que precisavam. Eram tempos difíceis.”
Qual o sentimento que fica neste momento?
“De certo modo, uma perda. Tenho que dar lugar para os outros, então o sentimento que tenho é de perda. Acho que eu tive uma boa atuação aqui no DEMAT, tanto como professor quanto como colega. Eu ajudei muitos colegas, dei aula de metrologia, caldeiraria, além da soldagem a qual comecei. E comecei na soldagem não porque havia escolhido, mas porque precisava de um professor nessa área na época.”
Teve algo que te marcou em todo esse tempo?
- “Sempre fui fanático por aeronáutica, e havia um aluno aqui que também tinha interesse nessa área. Sempre fiz da minha atividade uma coisa prazerosa. Este aluno que citei era da eletromecânica, e eu o orientei para fazer estágio em empresas do ramo de aviação, pois ele queria mexer com aeronáutica. Hoje ele trabalha na Embraer, e é especialista na parte eletrônica de aviões. Fico muito feliz quando tenho esses feedbacks!”.
- “Teve um outro aluno também que me marcou: nós fizemos um trabalho de mostra específica, fizemos um trabalho de soldagem automática MIG/MAG. Nós montamos o projeto no sábado e domingo para deixá-lo pronto na segunda-feira. Deu muito trabalho, mas funcionou! Esse menino gostou tanto do projeto que ele foi pra fora do Brasil, se não me engano, Inglaterra, para buscar conhecimentos e experiências na área. O aluno fez o projeto, apresentou, foi classificado e venceu como novidade no setor!”.
Como sua família vê este momento de sua aposentadoria?
“Eles falaram assim: ‘tá na hora! Tá na idade de você pendurar as chuteiras’. E todos eles ficaram felizes pela minha aposentadoria, mais ainda meu filho que gosta de cuidar de mim”.
Quais os planos para o futuro?
“Comprar um apartamento, quero mexer com música e quero aprender violão. Lá em casa todos tocam algum instrumento, e eu toco no máximo um xique xique.”
Tema livre!
“Como experiência, ficar aqui 44 anos foi muito bom para mim. Tudo que tenho, devo ao CEFET: os meus contatos, minhas amizades, etc. Estar aqui é como se eu estivesse em casa, mesmo com todas as dificuldades.”
